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Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer trata-se de uma doença degenerativa, ou seja, consiste na alteração do funcionamento de uma célula, um tecido ou um órgão. Provoca, assim, a degeneração de todo o organismo, envolvendo vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos internos e cérebro. Sendo assim, é imprescindível um tratamento medicamentoso adequado que permite melhorar a saúde, retardar o declínio cognitivo, tratar os sintomas, controlar as alterações de comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida ao idoso e à sua família.

O sintoma primário mais comum é a perda de memória. Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão mental, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade. Os sintomas depressivos são comuns, com instabilidade emocional e choros. Os delírios e outros sintomas de psicose são frequentes, embora difíceis de avaliar nas fases finais da doença, devido à total perda de noção de lugar e de tempo e da deterioração geral. 

 

A evolução da doença está dividida em quatro fases:

  1. Primeira fase de sintomas - O sintoma primário mais notável é a perda de memória a curto prazo (dificuldade em lembrar factos aprendidos recentemente); o paciente perde a capacidade de dar atenção a algo, perde a flexibilidade do pensamento e o pensamento abstrato; começa a perder a sua memória semântica. Nesta fase é notada a apatia, como um sintoma bastante comum. É também notada uma certa desorientação de tempo e espaço. A pessoa não sabe onde está nem em que ano está, em que mês ou que dia. Quanto mais cedo os sintomas forem percebidos, através de exames neuropsicológicos para deteção de défices cognitivos, mais eficaz é o tratamento e melhor o prognóstico.
  2. Demência Inicial - Aumenta a dificuldade em reconhecer e identificar objetos (agnosis) e na execução de movimentos (apraxia). As memórias mais antigas, a memória semântica e a memória implícita (memória de como fazer as coisas) não são tão afetadas como a memória a curto prazo. Os problemas de linguagem implicam normalmente a diminuição do vocabulário e a maior dificuldade na fala, que levam a um empobrecimento geral da linguagem. O paciente demonstra dificuldades de coordenação.
  3. Terceira fase -  A dificuldade na fala torna-se evidente devido à impossibilidade de se lembrar de vocabulário. Progressivamente, o paciente vai perdendo a capacidade de ler e de escrever e deixa de conseguir fazer as mais simples tarefas diárias. Durante essa fase, os problemas de memória pioram e o paciente deixa de reconhecer os seus parentes e conhecidos. A memória a longo prazo vai-se perdendo e as alterações de comportamento vão-se agravando. As manifestações mais comuns são a apatia, irritabilidade e instabilidade emocional, chegando ao choro, ataques inesperados de agressividade e resistência à caridade. Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem ilusões e outros sintomas relacionados. A incontinência urinária aparece.
  4. Fase terminal - O paciente está completamente dependente das pessoas que tomam conta dele. A linguagem está agora reduzida a simples frases e até a palavras isoladas, acabando, eventualmente, em perda da fala. Apesar da perda da linguagem verbal, os pacientes compreendem e respondem com sinais emocionais. No entanto, a agressividade está presente, a apatia extrema e o cansaço são resultados bastante comuns.

Para se conseguir prevenir ou minorar o avançar da doença, atividades intelectuais como ler, escrever com a mão não diretiva, disputar jogos de tabuleiro (xadrez, damas, etc.), completar palavras cruzadas, tocar instrumentos musicais, e socialização regular são aconselháveis.

Também se recomenda um programa neuropsicológico semanal continuado, após a realização da avaliação neuropsicológica em que se detetam as dificuldades cognitivas do momento. Esta deve realizar-se precocemente, porque quanto mais cedo se detetar a lesão, mais provável é a sua reconstituição cerebral. Para tal, através de atividades com um grau de dificuldade crescente, consegue-se estimular as áreas cerebrais lesadas e permitir a formação de novas redes neuronais substitutas num cérebro que, felizmente apresenta plasticidade capaz de, por outras vias, restaurar parcialmente as faculdades perdidas. 

Por outro lado, apesar dos cuidadores, normalmente familiares, serem fundamentais para o tratamento do doente, nem sempre se encontram preparados física e psicologicamente para conviver e cuidar de alguém que não reconhece nem valoriza os seus esforços. Daí ser importante, por um lado, a obtenção de informação e esclarecimento de dúvidas acerca da doença e a sua evolução, por um lado, e ajuda psicológica por parte de um técnico profissionalizado, por outro lado. Desta forma, atenua-se o sofrimento e o stress gerados pela convivência com uma pessoa com doença de Alzheimer, à medida que aumenta o grau de aceitação e expetativa do declínio cognitivo.

 

                                                                                                                                                  Clara Conde